Arecaceae

Attalea dubia (Mart.) Burret

Como citar:

Monira Bicalho; Gláucia Crispim Ferreira. 2022. Attalea dubia (Arecaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

129.768,137 Km2

AOO:

128,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Soares, 2022), com distribuição: no estado do Paraná — nos municípios Antonina, Guaraqueçaba e Matinhos —, no estado do Rio de Janeiro — nos municípios Engenheiro Paulo de Frontin, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Petrópolis e Rio de Janeiro —, no estado de Santa Catarina — nos municípios Barra Velha, Blumenau, Brusque, Itajaí, Itapoá, José Boiteux, Lontras, Luiz Alves e Palhoça —, e no estado de São Paulo — nos municípios Natividade da Serra, Pariquera-Açu, São Lourenço da Serra, São Miguel Arcanjo, São Paulo e Ubatuba.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2022
Avaliador: Monira Bicalho
Revisor: Gláucia Crispim Ferreira
Categoria: LC
Justificativa:

Palmeira com até 25 m de altura, endêmica do Brasil, possui registros em diversos municípios da Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Ocorre na Mata Atlântica, em diferentes fitofisionomias de Floresta Ombrófila e em Área Antrópica. Apresenta um extenso EOO igual a 116473km², mais de 10 localizações condicionadas à ameaça e registros em Unidades de Conservação. Os valores de EOO e o número de localizações condicionadas à ameaça extrapolam os limiares para a inclusão da espécie em uma categoria de ameaça. Apesar de possuir usos associados, não existem dados de declínios populacionais para aplicação de outros critérios. Assim, a espécie foi considerada como de Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (expedições botânicas direcionadas a buscar pela espécie na localidade típica e em outras localidades próximas são necessárias para aumentar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional) a fim de ampliar o conhecimento disponível e garantir sua sobrevivência na natureza.

Último avistamento: 2020
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 10: 516, 1929. Popularmente conhecida como indaiá, camarinha, coqueiro-indaiá, inaiá. Apresenta pinas dispostas em grupos espaçados e inseridas em diferente ângulos na raque foliar. Além disso, é uma das espécies do gênero com menor fruto (6-8 × 3-4 cm) e endocarpo (5-7 × 2-3 cm), com uma ou duas sementes. Semelhante à A. camposportoana e A. burretiana, das quais diferencia facilmente pela disposição irregular das pinas, inseridas em diferentes ângulos na raque foliar (A. camposportoana e A. burretiana: pinas com disposição uniforme e inseridas em um único ângulo na raque) (Soares, 2022).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: A espécie possui valor econômico sendo comercializada em mercados locais para o consumo de seus frutos, sementes, folhas e madeira (Soares, 2022).

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Área antrópica, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia:
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Palmeira com até 25 m de altura. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila e Área Antrópica (Soares, 2022).
Referências:
  1. Soares, K.P., 2022. Attalea. Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB33989 (acesso em 10 ago. 2022).

Reprodução:

Fenologia: flowering (Aug~Dec), fruiting (Jun~Nov)

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat,occurrence past,present,future regional high
De acordo com o MapBiomas, os municípios Barra Velha (SC), Blumenau (SC), Brusque (SC), Itajaí (SC), Itapoá (SC), Matinhos (PR), Nova Iguaçu (RJ), Palhoça (SC), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) possuem, respectivamente, 13,87% (1927,58ha), 20,29% (10525,27ha), 19,87% (5657,54ha), 21,1% (6102,76ha), 7,43% (1823,4ha), 15,13% (1784,01ha), 25,05% (13041,85ha), 16,68% (6586,94ha), 6,19% (4898,19ha), 55,67% (66823,85ha) e 60,29% (91708,73ha) de seus territórios convertidos em áreas de infraestrutura urbana, segundo dados de 2020 (MapBiomas, 2022a). Em 2020, a espécie apresentava 20,21% (2.506,03 ha) da sua AOO convertidos em áreas de infraestrutura urbana, atividade que cresce a uma taxa de 0,26% aa desde 1985 até 2020. Não foi verificada qualquer reversão de tendência (MapBiomas, 2022b).
Referências:
  1. MapBiomas, 2022a. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2020. Municípios: Barra Velha (SC), Blumenau (SC), Brusque (SC), Itajaí (SC), Itapoá (SC), Matinhos (PR), Nova Iguaçu (RJ), Palhoça (SC), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). URL https://drive.google.com/file/d/1RT7J2jS6LKyISM49ctfRO31ynJZXX_TY/view?usp=sharing (acesso em 17 de agosto de 2022).
  2. MapBiomas, 2022b. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 1985 e 2020. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 17 de agosto de 2022).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional high
De acordo com o MapBiomas, os municípios José Boiteux (SC), Lontras (SC), Luiz Alves (SC), Natividade da Serra (SP) e São Miguel Arcanjo (SP) possuem, respectivamente, 10,19% (4132,6ha), 9,86% (1948,24ha), 5,2% (1351,47ha), 6,89% (5744,08ha) e 19,6% (18230,91ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2020 (MapBiomas, 2022). De acordo com o IBGE, os municípios Natividade da Serra (SP), São Miguel Arcanjo (SP), Barra Velha (SC), Itapoá (SC), José Boiteux (SC), Lontras (SC) e Luiz Alves (SC) possuem, respectivamente, 9,89% (8246ha), 15,19% (14135ha), 6,87% (955ha), 5,52% (1354ha), 8,88% (3600ha), 11,89% (2350ha) e 5,77% (1500ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2020 (IBGE, 2022).
Referências:
  1. MapBiomas, 2022. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2020. Municípios: José Boiteux (SC), Lontras (SC), Luiz Alves (SC), Natividade da Serra (SP) e São Miguel Arcanjo (SP). URL https://drive.google.com/file/d/1RT7J2jS6LKyISM49ctfRO31ynJZXX_TY/view?usp=sharing (acesso em 17 de agosto de 2022).
  2. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2022. Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, dados de 2020. Municípios: Natividade da Serra (SP), São Miguel Arcanjo (SP), Barra Velha (SC), Itapoá (SC), José Boiteux (SC), Lontras (SC) e Luiz Alves (SC). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/5930 (acesso em 17 de agosto de 2022).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat,occurrence past,present,future regional high
De acordo com o Atlas das Pastagens Brasileiras, os municípios Engenheiro Paulo de Frontin (RJ), Nova Friburgo (RJ), Nova Iguaçu (RJ), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Natividade da Serra (SP), Pariquera-Açu (SP), São Miguel Arcanjo (SP), Barra Velha (SC), Itajaí (SC), Lontras (SC) e Palhoça (SC) possuem, respectivamente, 21,72% (3027,53ha), 10,48% (9807ha), 17,98% (9358,63ha), 16,43% (12999,8ha), 8,39% (10075,94ha), 21,76% (18135,87ha), 5,35% (1921,44ha), 9,98% (9286,23ha), 7,73% (1073,91ha), 8,3% (2401,47ha), 9,8% (1937,07ha) e 6,31% (2492,82ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2020 (Lapig, 2022). De acordo com o MapBiomas, os municípios Barra Velha (SC), Engenheiro Paulo de Frontin (RJ), Itajaí (SC), Lontras (SC), Natividade da Serra (SP), Nova Friburgo (RJ), Nova Iguaçu (RJ), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e São Miguel Arcanjo (SP) possuem, respectivamente, 7,16% (994,29ha), 21,59% (3009,01ha), 7,52% (2176,02ha), 9,55% (1886,11ha), 21,79% (18155,78ha), 10,08% (9432,54ha), 15,15% (7887,48ha), 15,08% (11933,75ha), 5,11% (6139,13ha) e 9,33% (8680,24ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagens, segundo dados de 2020 (MapBiomas, 2022a). Em 2020, a espécie apresentava 8,85% (1.096,92 ha) da sua AOO convertidos em áreas de mosaico de agricultura e pastagem, atividade que diminui a uma taxa de -0,11% aa desde 1985 até 2020. Não foi verificada qualquer reversão de tendência (MapBiomas, 2022b).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2022. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2020. Municípios: Engenheiro Paulo de Frontin (RJ), Nova Friburgo (RJ), Nova Iguaçu (RJ), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Natividade da Serra (SP), Pariquera-Açu (SP), São Miguel Arcanjo (SP), Barra Velha (SC), Itajaí (SC), Lontras (SC) e Palhoça (SC). URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 17 de agosto de 2022).
  2. MapBiomas, 2022a. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2020. Municípios: Barra Velha (SC), Engenheiro Paulo de Frontin (RJ), Itajaí (SC), Lontras (SC), Natividade da Serra (SP), Nova Friburgo (RJ), Nova Iguaçu (RJ), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e São Miguel Arcanjo (SP). URL https://drive.google.com/file/d/1RT7J2jS6LKyISM49ctfRO31ynJZXX_TY/view?usp=sharing (acesso em 17 de agosto de 2022).
  3. MapBiomas, 2022b. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 1985 e 2020. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 17 de agosto de 2022).

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional Lagoas do Sul para a conservação da flora melhorar o estado de conservação das espécies ameacadas e dos ecossistemas das lagoas da planície costeira do sul do Brasil (ICMBio, 2018).
Referências:
  1. ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2018. Portaria nº 751, de 27 de agosto de 2018. Diário Oficial da União, 29/08/2018, Edição 167, Seção 1, p. 54. URL https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-pan/pan-lagoas-do-sul/1-ciclo/pan-lagoas-do-sul-portaria-aprovacao.pdf (acesso em 17 de agosto de 2022).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAT São Paulo - 20 (SP), Território Rio de Janeiro - 32 (RJ).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental da Pedra Branca, Área de Proteção Ambiental de Grumari, Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima, Área de Proteção Ambiental de Petrópolis, Área de Proteção Ambiental de São José, Área de Proteção Ambiental do Rio Guandu, Área de Proteção Ambiental Estadual de Guaratuba, Parque Estadual Carlos Botelho, Parque Estadual da Campina do Encantado, Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Nacional da Tijuca, Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange, Parque Natural Municipal da Prainha e Reserva Biológica do Tinguá.

Ações de conservação (4):

Uso Proveniência Recurso
1. Food - human natural seed
Sua sementes têm propriedades oleaginosas que são aproveitadas na gastronomia (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, Ken Fern. 2020. Useful Tropical Plants Database. tropical.theferns.info. URL http://tropical.theferns.info/ (acesso em 19 de agosto de 2022).
Uso Proveniência Recurso
1. Food - human natural fruit
O fruto desta espécie é rico em vitamina A e fibroso, sua suculência é muito apreciada para o consumo humano (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, Ken Fern. 2020. Useful Tropical Plants Database. tropical.theferns.info. URL http://tropical.theferns.info/ (acesso em 19 de agosto de 2022).
Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
Sua madeira é moderadamente pesada e macia, usada nas construções rústicas de casas, pousadas, hotéis etc (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, Ken Fern. 2020. Useful Tropical Plants Database. tropical.theferns.info. URL http://tropical.theferns.info/ (acesso em 19 de agosto de 2022).
Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural leaf
Suas folhas são usadas como cobertura e sombreamento de casas e demais construções rústicas (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, Ken Fern. 2020. Useful Tropical Plants Database. tropical.theferns.info. URL http://tropical.theferns.info/ (acesso em 19 de agosto de 2022).